Depois do degelo... a luz


Depois do degelo... a luz

ANGELA SANTOS  


As vozes do antes atravessadas pelo frio
assolavam as veredas do ser
que inapto para os degelos

voltava-se para o sol e bebia da sua poeira e brilho.

E parado o olhar esperava uma revelação qualquer
não daquele modo a que se habituaram os olhos
E outros sentidos
Às vezes acontecia , assim de repente, que a asa de um anjo
Varresse tudo, com o simples movimento
E a sua imensa envergadura trespassasse
Tão leve e tão terrivel, tão irmão e tão letal
Que nenhuma prece atenuaria o seu poder

Anjos, avassaladores e desejados
Percorrem todos os corredores da casa mae
E por detrás das paredes invisiveis nos acenam
Desesperadamente para que saibamos
Que não estamos sós....