Ancoras


Ancoras

ANGELA SANTOS


Passeiam-se lá numa lonjura que não sei se posso alcançar
E são como sombras chinesas impalpáveis,
daqui a elas vai uma distancia que não sei medir,
e depois se me ponho a pensar não sei dizê-las

Nunca pude perceber ao certo porque ia,
entre mim a outra de mim
uma parte da realidade se subsumia na desrazão,
Sem definição possível, já que de brumas se fazem
as coisas e nelas tacteamos o mais fundo e invisível

Há um não sei que de absurdo tangencialmente
Tocando tudo isto, e são os olhos, o riso, o sol
O dia atravessado por uma luz difusa que me agarram.